8.19.2007

Plot Point

Um Festival de Vexames



O Festival Balzaquiano de Gramado chegou ao final. Ontem à noite, foram entregues os prêmios da competição. O grande vencedor foi o documentário “Castelar e Nelson Dantas no País dos Generais”, de Carlos Prates. O prêmio foi uma surpresa para todos, afinal o favorito era “Deserto Feliz”, de Paulo Caldas. Contudo, o bafafá causado pela escolha de “Castelar...” como melhor filme foi pequeno em relação aos comentários sobre os problemas técnicos que aconteceram durante o festival.

A organização deste ano visou recuperar o prestígio do festival gaúcho de cinema, perdido já faz alguns anos. Para isso, foi diminuído o número de globais passeando pelo tapete vermelho. A comissão técnica de José Carlos Avellar e de Sérgio Sanz selecionou filmes autorais, que representassem uma parte do que tem sido produzido no cinema de toda a América Latina. Tudo em prol do desenvolvimento da boa cultura do audiovisual.
O tapete vermelho ficou morno, sem muita badalação de famosos. O público que ficava em pé, esperando por uma foto com artistas, debandou por quase toda semana. Apenas no último dia é que apareceram em massa artistas da Globo. Durante a semana, só foi possível ver no tapete um ou outro ator de “Malhação” ou um ex-Big Brother. À primeira vista, parecia mesmo que o festival quer ser levado a serio.


O que atrapalhou o objetivo dos organizadores foram os problemas técnicos de exibição dos filmes da mostra competitiva. Na primeira noite, dia 12, o diretor de "Valsa para Bruno Stein", Paulo Nascimento, recebeu desculpas de Avellar, organizador do festival, por seu filme ter sofrido com a projeção. “Valsa...” teve atacados sua fotografia e seu som na projeção.


No dia seguinte, a cópia em 35 mm do filme argentino “Cocalero”, de Alejandro Landes, não chegou a tempo a Gramado, o que obrigou a sua exibição ser em uma cópia em DVD de baixa qualidade, com selos d’água anti-pirataria. José Carlos Avellar disse, a princípio, que o que o público estava vendo dentro da sala de cinema era, sim, o filme, em 35 mm. Após alguma insistência da repórter Clarissa Londero, ele afirmou que a lata do filme havia ficado presa na alfândega em São Paulo, mas continuou dizendo que a exibição era em película.

Na terça-feira, 14, dia seguinte, a assessoria de imprensa publicou uma nota no site do festival, dizendo que: “A obra só chegou para a Comissão Organizadora em Gramado, apenas às 19h40min do dia 13/8” – sendo que o horário de exibição era às 19h.


Na mesma noite da segunda-feira, o diretor de “Olho de Boi” parou a exibição de seu filme logo no início. Em seguida, ele entrou na sala de cinema informado aos berros que pediu para que interrompessem a exibição porque a “janela” estava errada. A “janela” enquadra a película, inserindo barras de segurança no filme. Com ela, elementos que foram filmados no material bruto não aparecem para os espectadores – como, por exemplo, um microfone, que é escondido pelas “barras de segurança” da janela. Após o recomeço do filme, a sessão continuou normalmente.

Durante o resto da semana, quase todos os dias, o Palácio dos Festivais foi palco para o vexame. “Cobrador”, de Paul Leduc, foi exibido fora de foco. Nos bastidores, o público, críticos de cinema e outros cineastas já até faziam piadas sobre o projetor do cinema. Durante o debate sobre os filmes, na manhã seguinte, a organização pediu desculpas formais aos cineastas, reconhecendo que problemas desta ordem prejudicam a fruição de uma obra audiovisual.

“Problemas como esse acontecem em todos os festivais”, disse o diretor Rudi Lagemann, vencedor do ano da edição do ano passado, com o filme "Anjos do Sol". Filmes que não chegam a tempo é um caso comum em festivais como esse. O que é incomum é acontecer tantos erros como aconteceram esse ano em Gramado.


Com todos esses contra-tempos técnicos, a atenção foi desviada dos filmes-arte escolhidos para o 35º Festival de Gramado. Ou então os filmes não encantaram o público, o que pode ser percebido pelo grande número de acentos vagos nas exibições, enquanto o saguão da sala de cinema do Palácio estava lotado. Apenas o filme “Condor”, de Roberto Mader arrancou alguma reação da platéia: aplausos. Os únicos aplausos da semana que valeram o esforço.




PS.: Um vexame não-técnico

Durante a entrega da premiação da Mostra Competitiva de Curtas Gaúchos, José de Abreu, o apresentador da cerimônia, estava bastante alegre, tecendo comentários ácidos sobre a Assembléia Legislativa – a patrocinadora do prêmio. Um pouco antes, ele também estava alegre pelo saguão do Palácio, dizendo que o Festival de Gramado estava “morto”.




Vinícius Silva França

6.25.2007

Plot Point

Notícia Fria


No última dia 21 começou o inverno. E é óbvio que os telejornais não perderiam uma das suas pautas mais clássicas: a mudança da estação. Imagens dos gaúchos – e forasteiros como eu – se agasalhando pela cidade e imagens dos termômetros das ruas marcando baixas temperaturas invadiram os jornais locais. Além de ser uma pauta batida ao cubo, os nossos colegas jornalistas devem ter esquecido que o inverno começou já faz muito tempo.

O telespectador do Jornal do Almoço pode ter estranhado a edição do dia 21. Boa parte do programa foi reservada a esse assunto. A meteorologia prevê, sim, um inverno rigoroso, principalmente no período entre a segunda quinzena de julho e o mês de setembro. Mas o que isso tem de novo?

Desde de maio deste ano, o Rio Grande do Sul vem sofrendo com as fortes ondas de frio. Segundo a Metsul Meteorologia, foram índices muito abaixo da média. O causador dessa onde interminável de frio é o resfriamento do Pacífico, causado pelo fenômeno que todos conhecem das aulas de geografia: La Niña. Assim, toda a região do Conesul vem sendo afetada há tempos pelas chegadas de massas de ar polares, derrubando as temperaturas dos termômetros.

Ou seja, há mais de dois meses que Porto Alegre inteira tira os casacos do fundo do armário, sente o vento frio no rosto quando caminha pelas ruas e dorme enrolada em colchas grossas. O frio não é notícia quente. O “calor” da semana passada não é desculpa, afinal ele se restringiu a dois ou três dias: não deu nem para os porto-alegrenses se acostumarem com o sol.

Se era para falar de frio numa notícia fria, que publicassem uma foto como essa ao lado, com uma legenda assim: “ah, que saudades do verão”. Pelo menos nos faria pensar quanto tempo faz que não vemos nossas pernas desnudas passeando pelo Brique da Redenção.





Nota pessoal: Essa, eu não entendi. Juro que, quando tiver mais tempo, vou tentar entrar em contato com a redação da RBS para perguntar: “Oi, por que vocês noticiaram a chegada do inverno como se fosse o evento mais importante do ano?”. Juro.




Vinícius Silva França,
que pede desculpas pelo trocadilho infame, mas não pode resistir.

6.08.2007

Bisbilhotice Pura

Pra que tanto espaço, afinal?

Desde os meus três anos de idade eu reclamo do meu quarto. Ele é pequeno demais. Sempre quis ter um daqueles pufes enormes, mas era ou ele ou eu. Ou então a teoria da física de que dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar no espaço ao mesmo tempo seria uma grande mentira. Mas a teoria é verdadeira, e eu nunca pude ter o tão desejado pufe.

Quinze anos de insatisfações e eternas reformas para tentar fazer com que o quarto pareça um pouco menos minúsculo, eu enfim me conformei. Isso aconteceu depois de eu ler a reportagem de uma mulher que, tentando aproveitar ao máximo o seu terreno, construiu uma casa de três andares com menos de dois metros de largura. A responsável por essa façanha é a dona Helenita, 43 anos.

A tão esguia casa não poderia estar num lugar melhor: Madre de Deus, a menor cidade da Bahia, com apenas onze metros quadrados. Discrepante seria uma mansão no centro dessa cidade, isso sim.

São dois metros de largura que sustentam duas salas, uma cozinha, três suítes e uma varanda. Mais peças que muito apartamento luxuoso de Porto Alegre. Realmente a dona Helenita tem uma grande noção de espaço, e de como aproveitar cada cantinho. Ela vive com o marido, três filhos, a mãe, a irmã e um cachorro.
Há uns anos, a pseudo-engenheira estava desempregada, e pensou em construir uma casa que, alugada, seria uma boa fonte de renda. O problema não era os materiais pra construção, e nem pessoal pra botar o projeto em pé, mas sim o terreno disponível. Ou melhor, a nesga de terreno.
O pedreiro, certo de que estava sendo contratado por uma louca a fim de satisfazer algum fetiche, construiu os três andares a contra-gosto, e apostando que não daria certo. Uma vez de pé, a casa que tem a largura um pouco maior que a porta de entrada, os móveis apresentaram outro problema: tiveram de ser desmontados para entrar.
“Foram dois anos de luta”, diz a proprietária, exausta após todo esse tempo tendo que, não só sustentar o projeto, como convencer cada pessimista que acha que casa tem que ter alguns vários metros de largura. Ela provou que bastam dois.
Atualmente, a casa antiga (com menos cômodos, vale ressaltar) é que é alugada, e faz a renda familiar. Aliás, dona Helenita e os outros que moram na já folclórica casa, não vendem nem alugam a moradia por nada. Afinal, já virou ponto turístico do lugar que ficou mais conhecido como “a cidade da casa de dois metros de largura”.
Não satisfeita, a dona desafiadora das leis física tem planos para construir um quarto pavimento, para ser a área de lazer familiar, com churrasqueira e tudo.
Agora, além de achar meu quarto uma imensidão sem fim, me inveja a tal área de lazer. O meu desenxabido prédio é tão inútil que nem churrasqueira tem. Que dirá ser ponto turístico...
Clarissa Londero

6.01.2007

Um pouco de nada

Revolução, quando? Já!!

Eu estava preparada para escrever sobre algo diferente. Mas uma notícia veiculada hoje me fez mudar de idéia.

O que me moveu foi o resultado do Enade (vou ser sincera, não sei exatamente o que a sigla significa e, sim, estou com preguiça de pesquisar no Google), que é o antigo provão do MEC. Antes de ser reformulada a prova, a faculdade em que estudo NUNCA obtia um conceito melhor do que "D" (Numa escala de "A" a "E"). Por isso, meu pior pesadelo - antes de prestar vestibular - era imaginar que estudaria lá.

O fato de não precisar pagar aquelas mensalidades exorbitantes, fez com que eu ingressasse na dita cuja. Na primeira semana, já fiquei sabendo que o motivo dos constantes baixos desempenhos devia-se ao fato de os alunos boicotarem as provas! Sim, eles entregavam tudo em branco. Não era porque a faculdade não tinha câmeras fotográficas ou estúdios de televisão e rádio. Era por pura preguiça, e, também, rebeldia sem causa.


Em 2006, aconteceu o mesmo. O curso de jornalismo obteve nota 2 (Numa escala de 1-5). E o motivo disso? O tal boicote. O ridículo boicote. E por quê? Uma parte ficou com preguiça de responder as perguntas. A outra estava revoltada. Mas, por favor, alguém me explique: com o quê? Com a reforma do estúdio de TV? Ou do estúdio de rádio? Ou quem sabe, com o fato de termos à nossa disposição a biblioteca de comunicação mais completa do Rio Grande do Sul?


Não sei exatamente. Mas o pior de tudo: nem eles sabem. E, coitados, com essas revoluções desnecessárias, só se prejudicam. O estigma de que estudante de comunicação da UFRGS não é muito bom já existe. E eles não fazem nada para mudar isso.


Juliana Wecki

5.30.2007

O Parcial

Ningúem gosta de greve

Com o rosto contraído pelo frio, semblante sisudo, assim entrou no velho prédio da Rádio da Universidade José Luis Rockenbach. Ele é funcionário da Ufrgs, coordenador da Assufrgs (Associação dos Servidores da Ufrgs) e foi entrevistado por mim e pelo colega fabicano Douglas Carvalho, no programa Freqüência Acadêmica.

Na gravação, aos poucos, o aparente tom carrancudo de Rockenbach foi sendo desfeito através de um bate-papo escorreito, no qual ele apresentou os motivos de os servidores técnico-administrativos da universidade terem entrado em greve essa semana (na foto acima, a Assembléia Geral da última segunda-feira, na faculdade de Direito, que aprovou a greve).

A principal reivindicação da categoria é o aumento de salário, uma vez que, segundo o entrevistado, há uma grande disparidade nos ganhos dos servidores grevistas em relação a demais funcionários públicos. Para Rockenbach, o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) é um grande inimigo a ser batido. "O PAC prevê congelamento dos salários dos servidores por dez anos", explica.

Rockembach mostrou otimismo quanto ao sucesso da greve. Em 2005, houve uma outra, mas, enfraquecida, não trouxe conseqüências. No entanto, nesta greve, 32 das 47 universidades federais do país já aderiram. E, na Ufrgs, cerca de 70% dos servidores paralisaram suas atividades.

Perguntado sobre a duração da greve, Rockenbach foi enfático: "durará até termos alguma resposta concreta do governo. No governo FHC, não tínhamos abertura. Com Lula, houve uma evolução, temos mais conversa pelo menos".

O desejo do coordenador da Assufrgs é de que a paralisação seja breve. "Não gostamos de fazer greve", subinhou Rockenbach pouco antes de sair do aconchegante estúdio da Rádio da Universidade e, com seus papéis, panfletos e mil anotações, enfrentar novamente o medonho frio de Porto Alegre.
Lucas Rizzatti

5.25.2007

Plot Point.

Visões Proféticas


Gosto muito de previsões apocalípticas. Tanto que, quando teve toda aquela polêmica em relação ao fim do mundo, previsto por Nostradamus, eu fiquei um pouco ansioso. Não me lembro se foi em 1999 ou 1998, mas lembro que fiquei intrigado com aquela profecia. Não que eu acreditasse nela. Simplesmente sou meio fã de profecias. Para o bem do meu fascínio, as profecias não são coisas só do século XVI. O começo deste milênio está cheio de profecias se concretizando e outras sendo elaboradas. Uma das profecias mais atuais é aquela que diz: “a interatividade é o futuro”.

Deixando o misticismo tecnológico de lado e indo direto aos fatos, os últimos anos da internet nos trouxeram novas formas de interação social. O surgimento da chamada web 2.0, no final dos anos 90, tornou possível o surgimento de plataformas digitais que servem para os usuários da internet participar ativamente no conteúdo da internet: os blogs, o orkut, o wikipedia, o youtube e o ainda não tão conhecido, last.fm. Todos esses sites têm em comum a possibilidade de o usuário postar facilmente conteúdos. Da criação de fóruns e textos explicativos à postagem de conteúdo audiovisual, tudo é possível na interação entre mente humana e tecnologia.

O last.fm é um site deste tipo. Através dele, são disponibilizadas tabelas que apontam o gosto musical dos usuários. Baixando um plug-in, o audioscrobbler, é possível que todas as músicas que o usuário ouve no computador sejam ordenadas nestas tabelas. Cria-se, assim, uma página de ordens das músicas e artistas mais ouvidos, no próprio computador, pelo usuário. Além disso, o site permite que os internautas possam interagir entre eles. Os usuários podem ver as tabelas com as ordens das músicas ouvidas por outros usuários, se adicionar como amigos, deixar mensagens e ainda saber o quão parecido é o gosto musical entre as pessoas.

Na verdade, são inúmeras as possibilidades de interação entre os usuários do last.fm. É possível sugerir músicas, saber quem, dentre todos os usuários do serviço, tem gosto musical parecido com o seu – os chamados “neighbours”, ouvir rádios específicas, feitas a partir do gosto musical de cada um... Não há limite. O last.fm ainda funciona como um wikipedia musical. Clicando no nome do artista, ou numa música qualquer, será possível entrar em links que dão informações dos artistas, quantas vezes as músicas foram ouvidas pelos usuários, fotos, músicos que fazem um tipo de som parecido.

Achou pouco? O site ainda conta com comunidades à lá orkut. E mais, é possível saber quando e onde a banda na qual você clicou fará show. Eu, por exemplo, quero muito ir no show do Kings of Convenience, no Slottsfjellet Festival, em Tønsberg, na Noruega. Só não tenho companhia. Aliás, isso também não é problema. No last.fm, também é possível publicar se você vai em algum show. É só se “adicionar” a algum evento, ou criar você mesmo um.

Ah, você não baixa mp3? Não tem saco pra isso? O last.fm, como você já deve saber, tem a resposta para suas queixas. É possível ouvir rádios pessoais a partir da sua banda preferida. Basta digitar o nome dela e clicar em “listen”, que o site monta uma rádio só com bandas parecidas com a que você escolheu.

Pareceu um parque de diversões para você? O que acontece mesmo é que, o site tem tantas funcionalidades, que poucos usuários utilizam todas. O foco dos usuários, pelo menos aqui no Brasil, é conhecer coisas novas. Amanda Reche, publicitária, 23 anos, diz que o que mais a atrai são as listas musicais de amigos e "neighbours", que são as pessoas que supostamente tem um gosto musical parecido com o seu. “Dali dá pra tirar muita banda bacana que tu não conhecia, e entrar em contato com coisas novas em geral”, afirma a usuária.

Contudo, não se pode negar que alguns serviços são realmente inovadores e bastante úteis. O serviço de rádio é um exemplo disso. Já que as rádios pessoais se baseiam na busca por artistas semelhantes àqueles da preferência dos usuários, as chances de identificação do público com essas rádios são realmente maiores do que com as rádios convencionais. Amanda concorda: “As chances de tu conhecer algo que te interesse e te chame a atenção são bem maiores”.

Será, então, o last.fm o ponta-pé inicial para o fim do locutor chato, das vinhetas de comercial intermináveis, da rádio am/fm? Não sou Nostradamus. Mas se eu fosse, eu diria que sim. É o fim!



Vinícius Silva França
Se você quiser saber quais são as preferências musicais desse blogueiro, ele também é usuário do last.fm. Para conhecer seu perfil no site, basta clicar aqui.

5.14.2007

Bisbilhotice Pura

Nada como sexo para começar

Uma tarde chuvosa, fria. A gente senta na frente do computador, com um cobertor velho enrolado nas pernas, que nem o avô na cadeira de balanço (pelo menos o meu senta assim). Aí, tudo que a gente quer ler são as mais banais inutilidades. Daquelas que pouco nos acrescentam, mas que é bom saber pra poder comentar com os amigos. Ou só pra passar o tempo mesmo.

Pois a minha coluna está aqui pra ajudar nesse tempo ocioso que a gente passa de cara pra tela, lendo sobre o que comeu a Deborah Secco no café da manhã, como vai o romance entre Alemão e Íris, e quantos quilos a Juliana Paes emagreceu. Tem aqueles que preferem um papo mais culto, do tipo: preço do barril de petróleo, guerra no Oriente Médio, fome mundial, Aids na África... Baboseira pura! A minha coluna vai trazer coisas muito mais construtivas, eu te garanto.

Vamos ao que interessa. A curiosidade que eu trago na minha primeira coluna é sobre um assunto de interesse universal: sexo. Acontece que o carro Renault Twingo foi eleito o carro ideal para transar. Como que eu fiquei sabendo disso? Garanto que não foi experimentando carro a carro, infelizmente. Essa pesquisa foi feita pelo site espanhol Autocity, especializado em automóveis. Os principais critérios de escolha foram: espaço no interior da viatura debaixo do volante e do porta-luvas e nível de inclinação dos bancos. Eu ainda acrescentaria aí a qualidade do sistema de amortecimento e se o carro já vem com o tal insul-filme.
Os testes foram feitos com um casal de bonecos infláveis, que foram colocadas em várias e interessantes posições amorosas. Acho que uma jogada de marketing genial poderia ser a promoção: “Na hora da compra de um Twingo, dê um beijo no seu amor e leve um boneco inflável de presente”.
(Pra falar a verdade, desde que eu fiquei sabendo dessa pesquisa, cada vez que vejo um Twingo perambulando pela rua eu reparo em quem tá dirigindo. Normalmente é alguém jovem, de boa aparência. Cheio de amor pra dar.)

Se tem alguém querendo dar uma revigorada no relacionamento, e está quase deixando de ler a minha coluna pra ir agora comprar o tal carro, calma aí. Foi divulgada a lista de outros quatro carros “bons de cama”, que com certeza não deixam a desejar no quesito motel. São eles: Ford Fiesta, Fiat Punto, Renault Clio e Seat Ibiza. Afinal, é sempre bom ter opções na hora de comprar o tão desejado carrinho.
Clarissa Londero