5.30.2007

O Parcial

Ningúem gosta de greve

Com o rosto contraído pelo frio, semblante sisudo, assim entrou no velho prédio da Rádio da Universidade José Luis Rockenbach. Ele é funcionário da Ufrgs, coordenador da Assufrgs (Associação dos Servidores da Ufrgs) e foi entrevistado por mim e pelo colega fabicano Douglas Carvalho, no programa Freqüência Acadêmica.

Na gravação, aos poucos, o aparente tom carrancudo de Rockenbach foi sendo desfeito através de um bate-papo escorreito, no qual ele apresentou os motivos de os servidores técnico-administrativos da universidade terem entrado em greve essa semana (na foto acima, a Assembléia Geral da última segunda-feira, na faculdade de Direito, que aprovou a greve).

A principal reivindicação da categoria é o aumento de salário, uma vez que, segundo o entrevistado, há uma grande disparidade nos ganhos dos servidores grevistas em relação a demais funcionários públicos. Para Rockenbach, o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) é um grande inimigo a ser batido. "O PAC prevê congelamento dos salários dos servidores por dez anos", explica.

Rockembach mostrou otimismo quanto ao sucesso da greve. Em 2005, houve uma outra, mas, enfraquecida, não trouxe conseqüências. No entanto, nesta greve, 32 das 47 universidades federais do país já aderiram. E, na Ufrgs, cerca de 70% dos servidores paralisaram suas atividades.

Perguntado sobre a duração da greve, Rockenbach foi enfático: "durará até termos alguma resposta concreta do governo. No governo FHC, não tínhamos abertura. Com Lula, houve uma evolução, temos mais conversa pelo menos".

O desejo do coordenador da Assufrgs é de que a paralisação seja breve. "Não gostamos de fazer greve", subinhou Rockenbach pouco antes de sair do aconchegante estúdio da Rádio da Universidade e, com seus papéis, panfletos e mil anotações, enfrentar novamente o medonho frio de Porto Alegre.
Lucas Rizzatti

2 comentários:

Anônimo disse...

concordo com a tássia, que disse hoje na aula que greve desse jeito, sem afetar ninguém, não resolve nada.

de click em click disse...

Também acho isso. É "perca" de tempo, como diria o poeta...