6.01.2007

Um pouco de nada

Revolução, quando? Já!!

Eu estava preparada para escrever sobre algo diferente. Mas uma notícia veiculada hoje me fez mudar de idéia.

O que me moveu foi o resultado do Enade (vou ser sincera, não sei exatamente o que a sigla significa e, sim, estou com preguiça de pesquisar no Google), que é o antigo provão do MEC. Antes de ser reformulada a prova, a faculdade em que estudo NUNCA obtia um conceito melhor do que "D" (Numa escala de "A" a "E"). Por isso, meu pior pesadelo - antes de prestar vestibular - era imaginar que estudaria lá.

O fato de não precisar pagar aquelas mensalidades exorbitantes, fez com que eu ingressasse na dita cuja. Na primeira semana, já fiquei sabendo que o motivo dos constantes baixos desempenhos devia-se ao fato de os alunos boicotarem as provas! Sim, eles entregavam tudo em branco. Não era porque a faculdade não tinha câmeras fotográficas ou estúdios de televisão e rádio. Era por pura preguiça, e, também, rebeldia sem causa.


Em 2006, aconteceu o mesmo. O curso de jornalismo obteve nota 2 (Numa escala de 1-5). E o motivo disso? O tal boicote. O ridículo boicote. E por quê? Uma parte ficou com preguiça de responder as perguntas. A outra estava revoltada. Mas, por favor, alguém me explique: com o quê? Com a reforma do estúdio de TV? Ou do estúdio de rádio? Ou quem sabe, com o fato de termos à nossa disposição a biblioteca de comunicação mais completa do Rio Grande do Sul?


Não sei exatamente. Mas o pior de tudo: nem eles sabem. E, coitados, com essas revoluções desnecessárias, só se prejudicam. O estigma de que estudante de comunicação da UFRGS não é muito bom já existe. E eles não fazem nada para mudar isso.


Juliana Wecki

12 comentários:

de click em click disse...

Pois é. Acho que pela primeira vez nos últimos anos, eu vou ter que dizer que nao tenho uma opinião formada sobre isso. Que merda isso né? Mas acho o Enade tão relevante quanto o meu comentário, ou seja, quem quiser boicota, quem não quiser...

Lucas.

Fumei disse...

o negócio é o seguinte, juliana.
se você acha que a sua biblioteca é completa, o seu lab vídeo, lab rádio etc são bons... ótimo, tomara que realmente sejam mesmo.
os meus laboratórios são, a biblioteca não.

vamos contextualizar um pouco agora:

o governo lula com todos os defeitos, com a reforma universitária em curso e outras porcarias mais, foi o que mais investiu na universidade, tenho dito, os dados estão aí para comprovar...

mas pense comigo... vc está recebendo a educação que realmente queria? você já parou para pensar a comunicação no país, no mundo? você já parou para pensar que o curso de comunicação da ufmg está fechando porque além de não ter os tais laboratórios bons faltam professores... você já parou para pensar? é a ufmg um dos grandes centros de excelência!!!!

você olhou a prova do enade, examinou a prova? aquela prova avalia o conhecimento que você adiquiriu na universidade? te convido a ir no site do inep e pegar a prova para dar uma olhada....

você não acha que esta avaliação deveria ser feita de outra forma? você não acha que não há pessoa mais bem preparada para avaliar o curso que você, seus poucos professores e pessoas integradas em seu departamento?

você realmente concorda com uma avaliação que sim, dirá que seu curso de comunicação é excelente e por conta disso ele não precisa de novos professores, equipamentos e auxílio do governo federal e que no fim das contas vc descobrirá que os invesitmentos que iriam para sua universidade, a pública, a que forma os pensadores - ou formava, até outro dia - estão indo para as universidade privadas em experiências como o prouni?

você acha legal o governo federal brincar com sua formação para no final destes quatro anos ela se transformar em números a serem usados em campanhas eleitorais?

bem... tente conversar com as pessoas, tente saber o que elas pensam a respeito do curso...
tente ler um pouco sobre a reforma universitária, tente conhecer um pouco mais a estrutura de ensino superior no país....
tente...
e leia antes, tenha fundamentos para escrever.... senão você continuará escrevendo do jeito que está....sem fundamentos, apenas com "achismos" citado o vinícius em um texto postado no album....

bem... talvez tudo esteja acontecendo do jeito que o governo quer, consegue exergar??? essa a educação que o país proporciona...uma educação muito pouco crítica.

haroldo lima
do espírito santo.
muito feliz com a nota 1 da Ufes - jornalismo e publicidade.

Anônimo disse...

pois é, jú. concordo com o haroldo.

Anônimo disse...

Concordo que o ensino brasileiro deixa (muuuito!) a desejar. Mas sei que não é um boicotezinho varzeano que vai resolver alguma coisa. Tô cansada desse DCE que quer fazer a gente perder as únicas aulas que prestam, (com as melhores professoras do semestre) Pra ficar tocando pagode deitado na reitoria (vai me dizer que isso é protesto??).

O que me deixa muito irritada é que o pessoal só quer reclamar e acaba se prejudicando. Ou tu acha que alguma coisa vai mudar na Ufrgs pq o conceito foi baixo??? Claro que não!! Isso só vai continuar dando rótulos desnecessários a quem estuda lá.

O pessoal do DCE adora reclamar. Do RU, dos professores, de tudo. Não querem que aumente o preço da refeição, mas os custos aumentam. O que acontece? A comida tá cada vez pior!

Não sou contra protestos. Não quero que existam universitários bananas que se contentam com o mínimo. Mas acho que, muitas vezes, na ânsia de reivindicar algumas coisas, perdem a razão.

Anônimo disse...

O problema do Ensino Superior no Brasil não será solucionado com um boicote meramente "varzeano". Darei alguns motivos:
1. Nem todos participam dessa palhaçada. Por isso o conceito não é 1 e sim 2! Ohhhhh!
2. As pessoas que participam do boicote não assinam a prova. Medo? Irresponsabilidade? Ou pura preguiça?
3. Quem fica sabendo do boicote? Talvez apenas os frequentadores do DCE ou DACOM. Para as outras pessoas, os alunos da Comunicação da UFRGS são preguiçosos, maconheiros e etc.

Qualquer protesto é passível de legitimidade, mas por favor, faremos protestos com algum fundamento e não apenas fazer por fazer.

Acho que cada aluno deve se preocupar e muito com sua faculdade. Deve se preocupar principalmente com os concursos de contratação de professores, licitações e investimentos nas bibliotecas, estúdios e equipamentos.

Mas também devemos fazer a nossa parte, a UFRGS tem a sua qualidade reconhecida por causa dos alunos, por isso devemos nos preocupar em fazer protestos que gerem algum tipo de resultado. Se isso não for feito as bibliotecas e as salas de aula continuarão vazias e os bares e mesas de sinuca continuarão cheias.

Anônimo disse...

Esqueci de colocar no comentário supracitado que ao contrário do que pensa o nosso amigo Haroldo Lima, quanto mais a faculdade perde conceituabilidade, mais ela perde em investimentos e atenção do governo e etc. Qualquer empresa, pode ser pública ou privada, autarquia, como é o caso das faculdades federais, a política de investimentos é a seguinte: vamos investir em quem poderá nos dar retorno. As Faculdades da UFRGS que mais recebem investimentos são a Medicina, Direito e Administração. Pode ser coincidência ou não, mas seus conceitos sempre foram máximos. Elas recebem muito investimento de fora, de empresas privadas. E isso, por que? Porque nelas vale a pena investir, vai haver retorno. Me desculpa, mas essa é a verdade, essa é a realidade. O mercado de trabalho é assim, enxuto, concorrido, é uma selva. Por isso devemos largar as cartas de truco na mesa e começar a pensar no futuro.

Anônimo disse...

falou e disse (y).

Fumei disse...

como eu disse...
qualquer cartilha sobre as reformas neoliberais que estão sendo implantadas na educação basileira podem ser encontradas em sites que tratam de economia, política, movimento estudantil etc...
e ainda me vem falar de ppp (parceria público privado).
vc que é bobo, que venda sua produção para a empresa e não para o seu país...
depois ficam reclamando e tentando encontrar formula mágica para derrubar a indústria farmaceutica ou barões do petróleo....


só para matar a curiosidade de vcs... as pessoas não assinam a prova porque se entregarem em branco o diploma fica retido.
=]
ok!?

abraços calorosos!

Anônimo disse...

pontes,


teus argumentos não têm fundamento. as faculdades as quais você citou são as com mais investimento por causa de doações.

Anônimo disse...

Mas foi exatamente isso que eu quis dizer, (doações=investimentos; investimentos=doações). Por exemplo, há várias salas de aula da Administração que são patrocinadas por empresas privadas, elas têm equipamentos que nem nas faculdades particulares são encontrados. O Direito recebe capital dos ex-alunos e dos grandes escritórios de Porto Alegre. Todo seu prédio foi reformado através disso. Sou sim a favor da parceria público-privada. E já aproveitando esse espaço para quem se interessa pelo assunto, a questão das cotas na nossa Universidade será apreciada pelo Conselho Universitário - CONSUN (órgão máximo da UFRGS) na próxima sexta-feira, 15/06.

A reunião acontece na Sala dos Conselhos, 2º andar do Prédio da Reitoria.
Começa às 8h30min.

Pelo que dizem, estarão presentes tanto grupos favoráveis, quanto grupos que são contra as cotas...

A reunião é aberta ao público.

Acho que é uma boa oportunidade para ser debatido essa questão.

Ah, também gostaria de saber a opinião dos amigos sobre o assunto. Acho que os colegas que idealizaram esse blog estão de parabéns, as condições e o futuro da Universidade precisam ser debatidos.

Há braços.

Anônimo disse...

fazer doação pra uma faculdade de administração é uma coisa. pra faculdade de comunicação, é preciso cuidado. o comunicador não é um profissional comum, ele lida com a produção de significado na sociedade. aceitar o investimento de uma empresa privada é uma coisa periogosa.

e é preciso deixar claro que investimento é diferente de doação. doação é feito sem intesesses de retorno, diferente de investimento.

agradecemos os elogios.

Anônimo disse...

Vinicius... será que existe mesmo altruísmo? Fazer o bem sem olhar a quem? Doação sem interesse? E mais... o conceito de investimento pode perpassar o de doação, se o objetivo do investimento for a pura, simples e altruísta vontade de aperfeiçoar algo. Há quem diga que vale a pena investir na universidade pública pois ela dá como retorno uma casta de indivíduos de excelente formação para o mercado de trabalho... Mas aí estou embananando a discussão pros lados da pós-modernidade. Tudo será relativo demais pra ser julgado por definitivo risos!

O ENADE, assim como as provas do Porcello, os exercícios da Clarice, o ensaio do Rüdiger e o trabalho do Kleber, não é capaz de avaliar nem o conhecimento do estudante, nem o nível da instituição em que ele estuda. Pois essa é a eterna batalha entre alunos e professores pelos instrumentos de avaliação. Eles são injustos, sempre foram e sempre serão.

Só que estes instrumentos estão aí... gostemos deles ou não. Gostamos de fazer a prova da Miriam? Eu não gosto, mas faço pois meu objetivo é passar na cadeira. Quem sabe eu pudesse até ir lá bater uma boca com ela e dizer que se trata de um método injusto e coisa e tal... Mas o esquema é esse mesmo, infelizmente. E se eu não fizer a prova, não passo. É o meu ordenamento que cai. É o meu semestre que a atrasa. Sou eu quem sai perdendo.

E aí entra a Ju na história! Boicotar o ENADE é dar tiro no próprio pé, face à realidade dos fatos. Os fabicanos estão esperneando com o provão desde que o FH deu a largada... e a situação parece ainda não ter melhorado, uma vez que continua o boicote. Seja provão, seja ENADE, essa avaliação é injusta e mesquinha, mas ela é parte do jogo. O tal boicote do ENADE, ao contrário do que propagandeavam uns e outros, não resultou na configuração de um protesto nos resultados. Resultou em mais um conceito ruim pra perpetuar a desmoralização de nossa querida faculdade.

E é dose... mas nesse mundinho que a gente vive é assim... reputação e neoliberalismo são realidades. É ruim? É, é péssimo. Mas adianta tapar os olhos?

Eu fiz o ENADE. Fiz uma boa pontuação. As provas não eram impossíveis. Eram idiotas e incapazes de avaliar. Mas não eram impossíveis. E fiz mais que era pra poder conhecer o processo, saber como funcionava e experimentar... Honestamente, acho que esses resultados de ENADE não servem muito mais que pra sociedade comum ver na TV e sair dizendo "aquela faculdade não presta"... O MEC sabe bem a pobreza do instrumento que utiliza. E sobre o rankeamento, essas coisas acontecem com ou sem exame...

É como o Lucas já disse aí em cima... O ENADE é provavelmente tão relevante quanto esses nossos tópicos. Talvez o melhor seja boicotar quem quiser, não boicotar quem quiser. Afinal, ambas as possibilidades são manifestações de discursos distintos. E... todos os discursos são válidos.

Viva Lyotard!

Pedro